sábado, 19 de outubro de 2013

Someone that accepts the whole package



- I am giving you my whole life ok? I got nothing larger to give, I'm not giving it to anybody else. If you're looking for permission to disqualify me, I'm not gonna give it to you. Ok? I love you. And I'm not in conflict about it. Okay? But if what you want is like a laundry list of all the things that piss me off, I can give it to you.
- Yeah, I want to hear.
-Okay well, number 1, you're fucking nuts! You are. Good luck! Find somebody else to put up with your shit for more than like 6 months okay? But I, accept the whole package, the crazy and the brilliant. I know you're not gonna change and I don't want you to. It's called accepting you for being you.

Jesse & Celine, e o momento mais oportuno do que nunca para assistir esse filme <3

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

SaudadeSaudadeSaudadeSaudade


 "Take off your shoes now
You've come a long way
You've walked all these miles
And now you're in the right place"

Entendendo literalmente o significado de estar "homesick". A saudade é um buraco no peito, e nele cabe tanta coisa que tá lá longe, do outro lado do oceano, no Brasil.

E o quanto eu amadureço e aprendo a valorizar cada mínimo detalhe que é tão difícil agora. Desde a liberdade de expressão, ao guaraná e chimarrão e o instrutor da academia (que aqui só fala árabe)

Hoje é um dia daqueles em que, é, tá difícil....

sábado, 11 de maio de 2013

Dicas básicas sobre o Cairo


Ok, tudo bem que esse blog tem estado BEM desatualizado. Mas acho que ele pode servir como um canal de informação bem útil para todos os intercambistas que vêm ou tem interesse de vir pro Egito. Muita gente vem me procurar para tirar algumas dúvidas sobre como é viver no Cairo, então nesse post vou responder as perguntas mais frequentes que tem aparecido J

Esse é um post longo, mas vale a pena ler, vou tentar ser bem descritiva. Sintam-se a vontade para perguntar mais, no que for possível vou ajudar.

1. Como é o processo de visto para brasileiros no Egito?
Existem duas opções, a primeira é você fazer o seu visto no Brasil mesmo (eu não sei quanto custa e também quanto tempo demora para ficar pronto, acredito que isso você pode se informar na embaixada). Se você optar por isso, aconselho a fazer o visto de múltiplas entradas.
A segunda é a que eu optei, você tira o visto quando chega aqui, no aeroporto mesmo. Esse visto custa 15 dólares e tem duração de 30 dias. Após esse período expirar você tem que renovar o visto aqui no Egito mesmo.  Não tem perigo nenhum de dar errado, tem um prédio na Tahrir Square aqui que se chama Mogamma, e lá que eles fazem os vistos. Você vai precisar de cópia do passaporte e foto 3x4(se não tiver eles fazem isso lá mesmo), solicita num dia e vai buscar depois. É uma experiência interessante, bastante confusão e bagunça, mas no final da tudo certo. Minha sugestão é a primeira vez que você for renovar, vá com alguém da AIESEC ou com algum outro intercambista que já fez isso, agiliza muito mais o processo porque eles sabem os lugares em que você tem que ir (porque o prédio é enorme). Você pode renovar por 3 a 6 meses.

2. E se eu quiser visitar outros países?
Uma das opções é se você fizer o visto no Brasil fazer o de múltiplas entradas. Eu não sei como funciona e nem tenho certeza se é possível, porém algumas meninas que moraram comigo (uma da Austrália e outra do Peru) tinham esse visto, então acho que é possível fazer. Tá Marília, mas eu não fiz esse visto e resolvi pegar o do aeroporto quando chego, o que devo fazer? É simples. No mesmo local que você vai aqui no Cairo pra renovar o visto, você vai e faz um requerimento para o visto de reentrada. Custa cerca de 50LE (uns R$15) e você pode sair e voltar do país uma vez. Tem como fazer o requerimento de múltiplas entradas também, mas eu não consegui. Então cada vez que você for sair do país e voltar, vai lá e faz esse visto. Eu fiz para ir para a Turquia e deu super certo. Não tive nenhum problema.

3. Quais as vacinas que eu preciso tomar?
Para vir para cá é necessário e vacina de febre amarela. Essa é a única vacina que é obrigatório você ter. ATENÇÃO: você precisa ter a carteirinha de vacinação INTERNACIONAL para isso. É só fazer o requerimento em um posto da ANVISA, no aeroporto mesmo eles têm. Eu aconselho que você ligue antes pro posto e peça como fazer, pois tem que fazer um cadastro com antecedência no site. Mas é super rápido, eu fiz o requerimento e peguei a carteirinha no dia que ia viajar mesmo (porque cheguei com bastante antecedência ao aeroporto), em 20 minutos estava pronto.
Outra sugestão, que não é obrigatória mas já vi muita gente aconselhando fazer, é a vacina da Hepatite A.  Eu não fiz, mas é sugerido para intercambistas porque Hepatite A é algo bem comum por aqui, devido as condições de higiene. Durante o meu intercâmbio, uma das meninas que morava comigo contraiu a doença, então sugiro que você faça antes de vir. Se você não fez, não é motivo pra desespero, aqui eles têm essa vacina em hospitais e clínicas e você pode fazê-la aqui mesmo.

4. Como é a comida aí? Eu sou suspeita para falar porque amo a comida egípcia. Se tem uma coisa que as pessoas levam a sério aqui é comer bem. A comida é barata e você encontra muita comida deliciosa na rua mesmo, tem  um restaurante/barraquinha do lado do outro, em toda a cidade! Experimente koshari, feteer, kofta, shawarma, mesakaa, falafel, foul, sucos naturais de fruta (são os melhores que já tomei  na vida), etc... A comida aqui rende um post inteiro (em breve!). Mas enfim, desprenda-se do conceito de só comer em restaurante fechado e se arrisque comendo em algumas barraquinhas pela rua, tenho certeza que tu vais se surpreender com as delícias que vai encontrar :D

5. E como é a questão da segurança?
Parece loucura falar, mas eu me sinto muito segura no Cairo. Você não vê roubos, assaltos, sequestros. E as pessoas estão sempre dispostas a ajudar. Se você for mulher, tem alguns cuidados que deve tomar, exemplo: não sair sozinha na rua nem pegar taxi após 23h, meia noite... Mas como falei antes, sempre vai ter alguém que vai te oferecer carona/companhia. Todos os lugares estão sempre cheios de gente,  é super seguro andar na rua e usar transporte público. Em relação aos protestos, quando acontecem, o Cairo é ENORME. Desde que eu estive aqui já aconteceram protestos duas vezes, mas sempre os teus amigos vão te avisar em que área da cidade eles estão acontecendo e é só ficar distante de lá.

Outras dicas importantes:
ROUPAS: Meninas, tragam um shorts, um biquíni e um vestido, para usar quando forem a praia! Em cidades turísticas você pode se vestir como quiser, sem problemas. Agora no Cairo, é importante saber que tipo de roupa usar. Não pode mostrar pernas e ombros. Traga bastante calças e blusas de tecidos leves, para enfrentar o calor. Nada transparente ou muito justo. Se for em festas particulares tu podes usar vestido tranquilamente, desde que tenha carona para ir e voltar, pegar taxi usando roupas curtas não é aconselhável.
Assédio: Sim, os homens mexem com as garotas na rua o tempo todo. O que fazer? Ignorar. Não olhe, não sorria, apenas siga o seu caminho que eles desistem. Depois de um tempo você se acostuma e nem dá bola mais. É algo somente chato, porque ninguém vai te fazer mal algum, pode ter certeza. E como eles falam coisas em árabe, a gente nem entende mesmo. Ignore e siga teu caminho J
Taxi: NUNCA pegue os taxis pretos. Eles não tem taxímetro e tu tens que acertar um preço antes, isso só funciona se tu estiveres com um egípcio junto. Pegue sempre os taxis brancos, mas mesmo assim, ANTES de entrar no taxi diga onde você quer ir e peça para ele ligar o taxímetro (adad em árabe, para que eles não finjam que não entenderam). Isso poupa muita dor de cabeça. Se o taxista sabe o local, e ligou o taxímetro, pode entrar no taxi numa boa. E e o taxista não entender, ou só falar árabe, ligue pra um dos seus amigos/conhecidos egípcios e peça para ele explicar para o motorista por telefone. Eles já estão acostumados a fazer isso.
Dinheiro: A moeda aqui é libra egípcia, mais conhecido como pounds. Um real dá cerca de 3 pounds, o que torna viver aqui bem barato. Água, comida e transporte são baratos. Agora roupas, eletrônicos e produtos de higiene custam o mesmo preço que no Brasil. E restaurantes bons também vão ser mais caros, mas mesmo assim, nada que transformando em reais não seja até mais barato que no Brasil J Traga somente dólares, porque reais tu não vais encontrar onde trocar.
Gorjetas: aqui dão gorjetas pra TUDO, desde a mulher que cuida do banheiro até o lanterninha do cinema. Então tenha sempre umas moedinhas no bolso.
Transporte público: O metrô é a opção mais barata, o ticket custa 1LE. É quente e super cheio, mas aos poucos você aprende os melhores horários para andar. Eu super aconselho porque é a forma mais barata e rápida de se locomover. Existem os micro ônibus que são umas vans e custam cerca de 3LE. O micro ônibus é uma experiência divertida. Todos entram e sentam, aí te falam quanto é, e vão passando o dinheiro pessoa por pessoa até chegar ao motorista. A pessoa que está sentada ao lado do motorista conta o dinheiro e passa pra ele. Se você precisar de troco, mesmo esquema, vão passando as moedas de volta pessoa por pessoa. Dá pra acreditar? Mas é assim mesmo. Taxis não são caros, uma corrida grande pode dar cerca de 30-50 pounds, mas o mais comum é gastar entre 10-15 pounds para ir para os lugares, e já expliquei melhor no tópico anterior J
Trânsito: CAÓTICO é a palavra que define. Tudo aqui é sempre cheio e o trânsito é uma experiência a parte. Não há sinalização e os motoristas cortam a frente um do outro, buzinam e dão sinal de luz o tempo TODO. É barulhento, não se assuste. Depois de alguns dias tu te acostumas e começa a achar divertido! Pra atravessar a rua a mesma coisa, tem que ir andando no meio dos carros. Eu aconselho a você sempre cuidar se tem algum egípcio atravessando e seguir ele. Vai na fé que dá certo! Hahaha

Por enquanto é isso, se tiverem mais dúvidas, deixem nos comentários que pretendo em breve respondê-las. O Cairo é uma experiência única, intensa e viva, e recomendo para todos que quiserem se desafiar e estarem imersos em uma cultura rica e diversa. 


sábado, 6 de abril de 2013

Sobre estar seguro, confiar e aprender





O Cairo te surpreende desde o primeiro momento em que tu começas a enxergá-lo da janela do avião. A cidade é enorme, e toda da mesma cor. O trânsito é caótico, os motoristas buzinam, dão sinal de luz o tempo todo e não há sinalização. A cidade é viva. É cheia de gente por todos os lados. E barulho. E bagunça. No Cairo é impossível sentir-se sozinho. Ao falar do Egito, eu poderia falar das viagens maravilhosas que são destinos conhecidos aqui ou dos estonteantes pontos turísticos que a cidade oferece. Sim, tudo isso é maravilhoso e de tirar o fôlego. Mas isso com um bom guia turístico ou uma pesquisa no Google você pode ter acesso. Eu quero compartilhar com vocês os três principais pilares da minha experiência no Egito até agora.
Sobre estar seguro. Acredito que segurança é a primeira coisa que o senso comum pensa quando alguém fala que vai viajar para um país árabe, e principalmente o Egito. O que a gente vê na mídia não é nada convidativo. Mas mesmo assim, sem nunca ter saído do Brasil antes, eu quis vir. E eu me surpreendi. Eu me sinto segura aqui o tempo todo. Não existem assaltos, sequestros. Tudo está sempre aberto e as pessoas estão por toda a parte. Isso nos leva ao próximo ponto.
Sobre confiar. Quando você faz um intercâmbio você aprende a confiar em pessoas que até então nunca tinha visto antes. Desde amigos que você divide apartamento e parece que conhece a vida toda, a moça da farmácia que você diz os sintomas e ela te dá um remédio com a bula em árabe, ou o vendedor de frutas que não fala uma palavra em inglês, mas vocês se entendem perfeitamente. 
Sobre ensinar. Meu intercâmbio consiste basicamente em ensinar inglês e artes para crianças em um orfanato. Mas no final do dia, o que percebo é que quem aprende mais sou eu mesma do que as crianças que vim para ensinar. Aprendi a ter mais paciência, a ser mais tolerante, a rir quando as coisas dão errado e a exercitar a linguagem universal. 
Se tem uma coisa que viajar te faz é ver que os limites estão na tua cabeça e as distâncias geográficas são as mais fáceis de enfrentar. Seja pela AIESEC, seja por turismo, seja por explorar, se eu posso dar um conselho é: permita-se viver uma experiência de imersão em uma nova cultura. Permita-se conhecer, questionar, e respeitar. E deixe-se surpreender como as pessoas podem fazer você se sentir em casa, mesmo estando do outro lado do oceano.


sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

"Na vida, quem perde o telhado
Em troca recebe as estrelas"

E no Egito as estrelas estão dançando...

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

E o pensamento tá lá... longe...


Onde você vê um obstáculo,
alguém vê o término da viagem
e o outro vê uma chance de crescer.

Onde você vê um motivo pra se irritar,
Alguém vê a tragédia total
E o outro vê uma prova para sua paciência.

Onde você vê a morte,
Alguém vê o fim
E o outro vê o começo de uma nova etapa...
Onde você vê a fortuna,
Alguém vê a riqueza material
E o outro pode encontrar por trás de tudo, a dor e a miséria total.

Onde você vê a teimosia,
Alguém vê a ignorância,
Um outro compreende as limitações do companheiro,
percebendo que cada qual caminha em seu próprio passo.

E que é inútil querer apressar o passo do outro, 
a não ser que ele deseje isso.
Cada qual vê o que quer, pode ou consegue enxergar.

"Porque eu sou do tamanho do que vejo.
E não do tamanho da minha altura.

PESSOA, Fernando.



Perfeito pro momento. Pros questionamentos. Pras dúvidas. Pro talvez.
Ando vendo tanta coisa...

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Alexandria e a "excursão de escola"

Alexandria é um lugar cheio de histórias, isso eu não preciso nem escrever aqui. Só de estar lá já se respira em uma atmosfera diferente de um Egito diferente.

O final de semana foi bastante divertido. Nos esprememos em 2 "ônibus" (os meninos disseram que íamos de ônibus mas chegando na hora do embarque vimos que se tratavam de dois micro ônibus). Não digo que é a coisa mais brega que já vi porque o Cairo sempre me surpreende. Os assentos eram forrados de pelúcia vermelha, e tinha dadinhos pendurados em TODO o teto, enquanto tocava música árabe. O motorista dirigia como se tivesse fugido de um hospício, o que é típico aqui.

Chegamos e nos dirigimos ao nosso hostel. Se você procura conforto, não faça esse tipo de viagem. Meu amigo disse que o hostel é em uma das construções mais antigas de Alexandria, pra vocês terem noção, olha o elevador:

(fiz um vídeo da gente andando nele, mas não vou colocar agora porque a minha internet aqui é precária, e isso é assunto pra outra postagem).
Mas aí, abrimos a janela do nosso quarto onde nos apertaríamos em 5 gurias nos próximos 3 dias e nos deparamos com a seguinte vista:

Quem precisa de conforto perante a isso? Tudo é aceitável.

Fomos a uma barraquinha comer shawarma e depois nos dirigimos andando pelas pedras que cercam o mar até um café a beira mar. E lá ficamos, tomando nossos chás e sucos de frutas, fumando shisha, brincando de jogos de mímica e adivinhar qual o nome do filme, até o sol nascer. Que espetáculo maravilhoso. Eu ficava pensando, se fosse no Brasil, óbvio que a gente estaria bebendo algo, e não, eu não acho que seja melhor, mas essa diversão diferente tem sido bastante atrativa pra mim também. Ali, ao redor da fumaça e das xícaras, estavam Brasil, Egito, Portugal, Austrália, Peru, Polônia, China, Itália, Ucrânia, Rússia, Índia, Paquistão... Como não se sentir inebriado no clima de diversidade de sotaques, percepções, diversões? Foi amor, e ponto.

No outro dia acordamos tarde e fomos a praia. Experimentei full (não sei como escreve) e falafel, uma delícia. Nos dirigimos muito atrasados ao antigo Palácio Real. Infelizmente estava tarde e a praia estava fechada para a visitação, então curtimos mesmo a paisagem, um por do sol lindo de doer, e depois ficamos conversando e dançando roll calls.

A noite, o clube fajuto. Meus amigos egípcios anunciaram com furor: tonight we are going to a night club!
Piada.
Era a boate de um hotel e as únicas pessoas lá éramos nós. De qualquer forma foi engraçado ficar dançando com os outros trainees. Mas não se compara em nada a uma festa no Brasil.
Só que claro, quase amanhecemos lá, e no outro dia acordamos super tarde, tinha gente atrasada, pra variar, e resolvemos dar uma volta na cidade.
Fomos eu e mais 5 meninas que são intercambistas também.
Sabe aquele pesadelo de criança que tu imagina que tá pelado no meio de uma multidão de pessoas? Assim é andar pelas ruas de Alexandria em intercambistas mulheres. De parar o trânsito, mas não num bom sentido. Mas nem isso atrapalhou, porque se tem uma coisa que eu gosto de fazer quando conheço uma nova cidade é andar por ela sem rumo, apenas observando e curtindo o mood e o clima dela.

Neste mesmo dia conhecemos a Biblioteca de Alexandria. Tudo muito lindo e brilhante. Os egípcios gostam de ostentar. É absurdamente enorme a quantidade de livros dos mais variados autores, e também as pessoas lá estudando. Pra entrar você tem que deixar as bolsas num guarda volumes ao lado de onde compra-se os tickets, então fica a dica: leve dinheiro contigo porque tem vários museus "extras" lá dentro que você tem que pagar a mais pra visitar. As mongas não levaram então não puderam ir. Mesmo assim, é estonteante passear por aquele local.



Na saída, mas uma decepção, era muito tarde e a Citadela não seria possível de ser visitada. Justo o lugar que eu mais queria conhecer. Ou seja: vou voltar a Alexandria, com absoluta certeza.
Para finalizar o dia fomos trabalhar a imunidade comendo frutos do mar na rua mesmo. Por 40 pounds (cerca de R$12,00) vem uma refeição IMENSA (dividimos em 3) com pão, salada, molho, sopa, arroz e frutos do mar, mariscos, lulas, camarões e peixe. E a gente come ali mesmo, numa ruela apertada, com roupas das casas penduradas em varias acima das nossas cabeças, com as mãos, sem guardanapo e limpando no pão. Mãe, tu nunca comeria lá, mas é uma delícia!

Enfim, Alexandria tem algo mágico. Você olha praquela imensidão de mar e não tem como não se sentir apaixonado pela cidade. A minha única insatisfação foi o fato da viagem ter parecido mais "excursão pra praia da escola" do que algo realmente turístico. Voltamos com um gosto imenso de quero mais e a certeza de que vamos voltar. Porque eu não volto pro Brasil sem conhecer a Citadela, podem ter certeza que não!
:)



quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Paraíso dos gordinhos

Depois de um bom banho e 15 horas de sono sou uma nova pessoa.
Tive que adiar os planos de hoje pois precisava dormir. Então acordei e ficamos pelo apartamento até que decidimos ir buscar algo, não lembro. Aqui é assim, os planos mudam facilmente.
E resolvemos comer. Eu quis provar comida egípcia então vamos lá: Koshari.

É uma mistura de tudo: massas, cebola frita, lentilha, grão de bico, molhos... e vem com um molho que tu mistura. Aí mistura mais ainda e come. Mais ou menos isso.
Eu adorei, é bom e super barato. O prato da foto custou 6 pounds, que é menos que R$2,00. Algo me diz que vou ter que cuidar com a balança por aqui...


Outra coisa legal é que as coisas ficam abertas até muito tarde. O City Stars que é o maior shopping aqui fica até meia noite. As lojinhas na rua ficam abertas até tarde, chegamos em casa hoje quase meia noite e o mercadinho aqui embaixo estava aberto, é super bom pra quem sempre esquece do que precisava comprar. E tem muuuuita junk food boa e barata. Again, paraíso dos gordinhos.

Hoje fomos assistir os meninos jogarem futebol. Sim, futebol. Bem engraçado. Na ida estávamos apertados num carro entre 2 egípcios, 2 brasileiras, 1 portuguesa, 1 australiana e 1 peruana, o que tocou? Michel Teló. Super engraçado ver todos cantando Ai se eu te pego. Priceless.

Outro ponto engraçado, no Brasil se estão meninos e meninas em um carro, nunca os dois meninos irão na frente certo? Aqui no Egito é ao contrário: garotas no banco de trás. A menos que não tenha nenhum outro menino junto, aí tu podes sentar na frente.

Tô tentando me acostumar com o fuso horário. Agora são 03:55 am. Amanhã vou ao cinema e também viajaremos para Alexandria no final de semana. Sim porque aqui sexta e sábado são final de semana, e domingo é dia de trabalho.
Vai entender...

Cairo, começo a ter certeza de que iremos nos dar muito bem.

Cairo, here I am

Quando achei meu portão no aeroporto de Roma me sentei. Ao se aproximar da hora do embarque parou ao meu lado uma família egípcia e também um grupo de amigos. Eles começaram a falar árabe e me deu um ataque de riso que tive controlar. Naquela hora, e no avião eu só pensava: onde é que eu fui me meter.

Mas aí avisam que em 25 minutos iremos chegar no Cairo, e tudo mudou.

Cairo. Me perdoem, não tirei fotos quando cheguei. Fiquei em êxtase ao observar a imensidão dessa cidade.
Te espanta. É enorme, toda da mesma cor, impactante.
Senti um frio na barriga, uma felicidade imensa e uma supresa: estou aqui mesmo.

Ao chegar estava super zonza. É uma confusão, não sabia onde ir, mas depois de pedir informação, consegui pegar as malas e tudo certo. Aí começa a abordagem dos taxis, os caras vem pra cima e o negócio é fechar a cara e ficar dizendo: no, no, no!

Por sorte os meninos do escritório da AIESEC já estavam lá me esperando e vendo a cena. Outra ótima surpresa foi a Gi ter ido me encontrar no aeroporto. Uma amiga de tempos que está morando no Cairo agora. E na ida também encontramos outro brasileiro que está aqui. O mundo é pequeno.

O trânsito é uma loucura. Eles buzinam o tempo todo e não tem sinalização. E apesar disso dirigem calmos, escutando música, conversando e dando risada. E fumando, Cairo é uma cidade de fumantes. Todo mundo fuma o tempo todo.

Atravessar a rua é outra batalha. Você se enfia na rua e os carros vão parando, ou não, ai tem que correr. Melhor coisa é fazer isso com egípcios nos primeiros dias.

Então, agora tenho um número egípcio e internet.
Moro com 8 meninas: uma brasileira, uma polonesa, uma peruana, uma portuguesa, uma australiana e duas coreanas (que ainda não conheci), em um apartamento bem bacana. Sala enorme e decorada de um jeito bastante pitoresco, que incrivelmente a torna confortável, dois quartos e um banheiro. O banho é outra batalha, aqui não tem chuveiro, é banheira e um chuveirinho. Mas você consegue, acredite em mim. E a diversidade cultural presente nesse apartamento me encanta.

Na foto a sala do nosso apartamento.

Primeiro dia foi tranquilo, andar por aí, comprar coisas, trocar dinheiro, comer um Mc Donalds, enfrentar o banho de chuveirinho e dormir, sim, MUITO, porque eu não tinha dormido nada na viagem. Dormi 15 horas seguida e acordei com várias mensagens e ligações e convites para fazer algo.
O Egito me recebeu bem, obrigada. :)

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

E a guria vai mesmo!

Eu nunca saí do Brasil.
Exceto para ir a Rivera, Uruguai para fazer compras. O que não conta.
E aí há pouco mais de 1 ano atrás eu conheci uma organização chamada AIESEC. O objetivo: paz e preenchimento dos potenciais humanos, através de experiências de intercâmbio e liderança.
Parece muito lindo na teoria, e na prática, posso dizer, é estonteante.

Nesse pouco mais de um ano na organização, participei do grupo de interesse para trazê-la para a minha cidade (Passo Fundo -RS), e fui presidente dessa Unidade Operacional. Erros, acertos, muito aprendizado, pessoas inesquecíveis e momentos indescritíveis. Renderia um blog somente sobre todas as experiências que vivi esse ano. Eu vejo pessoas há 3, 4 anos na organização, e não me surpreendo. Realmente muda a vida da gente.

Desafios diários. Pequenas coisas que antes eu não imaginava fazer e que aos poucos tornaram-se corriqueiras. Senso de urgência, gestão de pessoas, gestão de processos, metas, prazos, viagens... Falar em público é rotineiro, preparar apresentações e treinamentos também. E as viagens, desde pegar o carro e dirigir 10 horas com alguns amigos para prestigiarmos o evento de uma nova unidade que estava surgindo, até viajar sozinha pra São Paulo para uma conferência. Coisas que eu até então achava SUPER difíceis e que eu vi serem tão, mas tão normais, fáceis, sem problemas, sabe? Se tem uma coisa que a AIESEC te faz é ver que os limites estão na tua cabeça e as distâncias geográficas são as mais fáceis de enfrentar.

Mas bem, final de gestão, sucessor à presidência eleito, algumas metas batidas, outras não, e selecionada para um cargo de suporte nacional à rede de expansão. O que fazer agora?
"Live your word". É isso mesmo, como passar um ano vendendo a ideia de uma organização na qual não tive a experiência completa? Falta o intercâmbio aí, não falta?

E pra onde tu vai, Marília? Conversei com amigos que já viajaram, li blogs, e me decidi: Egito. Porque Egito, afinal? Nem eu sei. Tem decisões na vida que a gente somente segue o coração e deixa a razão de lado. Algo me diz que é para lá que eu tenho que ir. Quero conhecer uma cultura, realidade, clima, culinária e modo de viver bem diferentes dos meus. Quero ver o que acontece nesse país. Quero conhecer as pessoas, suas histórias, dúvidas, paixões e anseios. Quero viver. E ver no que dá.

Em uma fase de autoconhecimento e de definir quais serão os próximos passos na minha vida, nada melhor do que uma experiência dessas pra fazer eu me achar (ou me perder de vez, who knows).



Agora é adiantar trabalhos da AIESEC, conferir documentos, fechar as malas e me preparar para encarar o frio que tá fazendo lá.

A próxima postagem vem diretamente da terra das pirâmides, se tudo der certo :)

Família, amigos e quem mais quiser acompanhar as minhas aventuras: me desejem sorte! Que a perdida e desastrada aqui não esqueça nenhum documento e não perca nenhum vôo! :D