sábado, 6 de abril de 2013

Sobre estar seguro, confiar e aprender





O Cairo te surpreende desde o primeiro momento em que tu começas a enxergá-lo da janela do avião. A cidade é enorme, e toda da mesma cor. O trânsito é caótico, os motoristas buzinam, dão sinal de luz o tempo todo e não há sinalização. A cidade é viva. É cheia de gente por todos os lados. E barulho. E bagunça. No Cairo é impossível sentir-se sozinho. Ao falar do Egito, eu poderia falar das viagens maravilhosas que são destinos conhecidos aqui ou dos estonteantes pontos turísticos que a cidade oferece. Sim, tudo isso é maravilhoso e de tirar o fôlego. Mas isso com um bom guia turístico ou uma pesquisa no Google você pode ter acesso. Eu quero compartilhar com vocês os três principais pilares da minha experiência no Egito até agora.
Sobre estar seguro. Acredito que segurança é a primeira coisa que o senso comum pensa quando alguém fala que vai viajar para um país árabe, e principalmente o Egito. O que a gente vê na mídia não é nada convidativo. Mas mesmo assim, sem nunca ter saído do Brasil antes, eu quis vir. E eu me surpreendi. Eu me sinto segura aqui o tempo todo. Não existem assaltos, sequestros. Tudo está sempre aberto e as pessoas estão por toda a parte. Isso nos leva ao próximo ponto.
Sobre confiar. Quando você faz um intercâmbio você aprende a confiar em pessoas que até então nunca tinha visto antes. Desde amigos que você divide apartamento e parece que conhece a vida toda, a moça da farmácia que você diz os sintomas e ela te dá um remédio com a bula em árabe, ou o vendedor de frutas que não fala uma palavra em inglês, mas vocês se entendem perfeitamente. 
Sobre ensinar. Meu intercâmbio consiste basicamente em ensinar inglês e artes para crianças em um orfanato. Mas no final do dia, o que percebo é que quem aprende mais sou eu mesma do que as crianças que vim para ensinar. Aprendi a ter mais paciência, a ser mais tolerante, a rir quando as coisas dão errado e a exercitar a linguagem universal. 
Se tem uma coisa que viajar te faz é ver que os limites estão na tua cabeça e as distâncias geográficas são as mais fáceis de enfrentar. Seja pela AIESEC, seja por turismo, seja por explorar, se eu posso dar um conselho é: permita-se viver uma experiência de imersão em uma nova cultura. Permita-se conhecer, questionar, e respeitar. E deixe-se surpreender como as pessoas podem fazer você se sentir em casa, mesmo estando do outro lado do oceano.


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