quarta-feira, 9 de abril de 2014


"Coração separado
Se para no tempo..."

Namore alguém que...

Tenho visto por aí tantos textos diferentes, namore uma garota que viaja, que lê, namore um cara que isso, que aquilo.
Os textos destacam as qualidades dessas pessoas, o quanto por gostarem de determinadas atividades, essas pessoas tornam-se interessantes. Tornam-se apaixonantes.
Como se fosse um currículo a ser descrito, como se todo mundo que lê ou viaja seja igual, como se pudessemos categorizar assim as pessoas. Como se ler ou viajar certifique que a pessoa é atraente, assim como se modos de ler ou viajar de todos fossem iguais.
Os textos são bonitinhos, claro, eu aprecio. Mas é suficiente?
Na prática, devia ser simples: namore alguém que te faz se apaixonar. E não tenha medo de mostrar e assumir isso.
Em época de liberdade a toda prova, em que amor é visto como clichê, não vejo atitude melhor.
Não ter medo de amar. Mesmo que ela tenha um sotaque estranho. Mesmo que ele tenha uma mania irritante. Mesmo que ela demore pra arrumar a mala. Mesmo que ele não goste de crianças.
Ame alguém mesmo que, apesar de, com seus defeitos e qualidades.
Cá entre nós, muito melhor um defeitinho real, do que ficar esperando pelo ideal desses textos, não é mesmo?